Hoje vou falar sobre o preconceito com mulheres no futebol, eu acho isso um absurdo pois eu e minha amiga somos chamadas de Marta e Debinha pois gostamos muito de futebol!
Olhe a reportagem.
Richard Keys: “Parece que é uma mulher que vai bandeirar hoje, de acordo com Steve, o cameraman.”
Andy Gray: “Uma mulher bandeirinha?”
Richard Keys: “Foi o que ele [cameraman] disse. Ele falou que ela é boa. Mas não sei se a gente pode confiar.”
Andy Gray: “Eu não confiaria. O que as mulheres sabem de impedimento?”
Andy Gray: “Uma mulher bandeirinha?”
Richard Keys: “Foi o que ele [cameraman] disse. Ele falou que ela é boa. Mas não sei se a gente pode confiar.”
Andy Gray: “Eu não confiaria. O que as mulheres sabem de impedimento?”
Essa conversa entre o narrador Richard Keys e o comentarista Andy Gray, ambos da Sky Sports, da Inglaterra, aconteceu no último dia 22, antes da transmissão do jogo entre Wolverhampton e Liverpool, pelo Campeonato Inglês. Os dois estavam se referindo a Sian Massey, que iria “bandeirar” a partida. Sem saber que o microfone estava aberto, foram flagrados e o vídeo do diálogo vazou na internet. Andy Gray, que estava desde 1992 na Sky Sports e era um dos comentaristas mais famosos do país, foi sumariamente demitido. Richard Keys renunciou ao cargo.
Esse episódio inglês é mais um caso de preconceito contra as mulheres. O machismo continua sendo um dos problemas sociais da atualidade. Segundo pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Pesquisa e Estatística), publicada em março de 2010, as mulheres ganham 72,3% do salário de um homem que ocupa o mesmo cargo e possui a mesma escolaridade ou menos.
O futebol é apenas mais um campo onde o machismo ainda persiste. O esporte mais praticado entre os homens em todo o mundo é um campo tradicionalmente machista, seja dentro das quatro linhas ou nas cabines de transmissão dos estádios. A Trivela foi ouvir mulheres que trabalham com o futebol para conhecer melhor essa realidade.
Clube do Bolinha de Jornalistas
Regiani Ritter iniciou a carreira no jornalismo esportivo em 1984 na Rádio Gazeta, emissora em que continua até hoje. Sendo uma das pioneiras na profissão e a primeira mulher a fazer entrevistas nos vestiários, ela conta que o preconceito que sofreu veio de colegas de profissão.
“O pouco preconceito que eu senti foi de alguns jornalistas que se sentiam incomodados com a minha presença. A grande maioria me recebeu muito bem, mas alguns me olharam com ironia e sarcasmo no ínicio e, com o tempo, com ódio. Ironia e sarcasmo porque eles pensavam: ‘Mais uma que vem e passa’. E o ódio porque não passei e fiquei”, relembra.
A jornalista conta que a pressão que ela mesma se colocava era grande por ter que provar algo diariamente. “Eu me pressionava tanto para fazer tudo certo, porque, em um universo que tinha centenas de jornalistas esportivos no Estado de São Paulo, se um ou dois errassem era normal. Agora se uma das seis mulheres que eram jornalistas esportivas cometesse um erro, diriam: ‘É porque é mulher’. Eu não podia me permitir errar”, afirmou Regiani.
E mesmo após 25 anos desde que Regiani Ritter começou a cobrir futebol, algumas jornalistas ainda sentem que é preciso se reafirmar perante os colegas de profissão quase todos os dias.
“Isso [preconceito] ainda tem até hoje. Ainda há a dúvida por ser mulher. Você sempre tem que estar provando. Parece que é exercício constante da mulher ter que provar nessa profissão. Se eu estivesse na área política ou econômica não haveria isso”, afirmou a repórter da ESPN Brasil Patrícia Lopes.
A repórter do Sportv Joanna de Assis também disse que já foi alvo de machismo dos colegas de profissão. “Eu já ouvi comentários sobre outras mulheres. Por exemplo, se uma repórter mulher conseguiu um furo e todo mundo queria dar essa informação, qual foi a primeira coisa que falaram? ‘Mas também, ela tem um caso com o jogador…’. Até o dia que aconteceu comigo. Por exemplo, tem um jogador que me liga e conta que está se transferindo para a Alemanha. Vou lá e escrevo a matéria. No dia seguinte, as pessoas perguntam ‘Mas por que só a Joanna sabe?’. Sempre vai ter um maldoso que vai falar: ‘eles são amigos, têm um caso’”, contou a jornalista.
Joanna de Assis disse que, hoje em dia, ignora essas coisas porque esse tipo de comentário ainda existe. “E não só no jornalismo, mas também em outros meios”, afirmou.
Preconceito na arbitragem
Ana Paula Oliveira é um dos casos mais notórios da arbitragem feminina no Brasil. A assistente esteve presente em Olimpíadas, final de Copa do Brasil, oitavas de final da Libertadores, decisão de Campeonato Paulista, além de diversas partidas do Brasileirão. Bonita, rapidamente se tornou um símbolo da mulher na profissão. Não demorou e o convite para a Playboy apareceu. E foi aceito em 2007.
Foi quando começou o
declínio de sua carreira, apesar de sempre negar isso. O machismo, porém, segundo a própria, vinha dos colegas de profissão. “Para uma árbitra mulher, naquela época, o mais difícil era aceitação do grupo. Os árbitros não viam a mulher como eles vêem hoje. Quando eu cheguei, era isso que se passava na cabeça dos colegas de trabalho: 'Se eu trabalhar com mulher, estou sendo rebaixado'”, contou.
Bom foi isso vou deixar o site da reportagem
http://trivela.uol.com.br/mulheres-ainda-enfrentam-machismo-velado-no-futebol/
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